O mito da tela em branco para o novo ano é um engano que nos foi vendido. Não começamos de uma página vazia, ignorando os capítulos que escrevemos com lágrimas e sorrisos. Somos uma história em andamento, uma história intricada de sucessos e tropeços, de coragem e vulnerabilidade
Não podemos, nem devemos, desconsiderar o que fomos, o que vivemos, as cicatrizes e as vitórias que nos definem. Porque a verdadeira força reside precisamente aí, na nossa capacidade de aprender com o passado, de nos erguermos das quedas e de nos elevarmos com as vitórias.
Cada lágrima derramada, cada sorriso genuíno, moldou a pessoa que somos hoje. As dores que enfrentamos não são para serem esquecidas, são para serem honradas pela coragem que nos deram. E as alegrias não são para serem deixadas para trás, são para serem celebradas como os raios de luz que iluminam o caminho à nossa frente.
Não é de uma tela em branco que começamos, é do alicerce construído com as nossas próprias mãos, dos alicerces de quem somos, das lições que aprendemos, das batalhas que enfrentamos e das conquistas que alcançamos. É a partir deste alicerce que podemos reformular, redesenhar e renovar a vida que desejamos.
O poder não está na ideia abstrata de recomeçar do zero, está na capacidade de olhar para trás e reconhecer o quão longe chegamos. Está na habilidade de transformar as dores em força, os desafios em oportunidades e os sonhos em realidade.
Em 2024, não aceitemos a narrativa da tela em branco. Aceitemos a complexidade da nossa narrativa, celebremos as páginas já escritas e usemos a tinta da experiência para dar cor aos próximos capítulos. A verdadeira magia não está no recomeço, mas na coragem de transformar a história que já começámos a contar.
Façamos um Feliz Ano Novo.
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